quarta-feira, 6 de abril de 2011

Aos condenados da terra

O artigo 95, número 2 do nosso Código do Processo Penal (CPP) é claro: notificações via telefone "só em caso de urgência" - o que não era o caso. Passou, está feito e não vale a pena estar agora para aqui com foleirices. Protestámos verbalmente junto do Delegado do Ministério Público. Conto este pormenor porque, contaram-me, há gente que ainda não sabe que é possível, no nosso CPP, alguém ser notificado por telefone.

Agora, e respondendo ao emissor de passaportes extra-terrestres: reserve-me um, se fizer o favor - porque eu estou farto de viver neste País, onde o sr. é primeiro-ministro. Fartérrimo!!! Passaportes extra-terrestres, meus amigos! Um primeiro-ministro a falar assim...

Koba di djanfa i bom pa bu kobal largo...

Estranha-me não ter sido novamente notificado pelo primeiro-ministro, pois, escrevi há dias que a reunião de Bruxelas foi inconclusiva, e, até, que Bubo Na Tchuto e António Indjai teriam de ser afastados. Da primatura, ninguém tugiu ou mugiu. Então é a verdade.

O primeiro-ministro, quando o assunto não lhe agrada, brada aos céus, insulta os políticos, ameaça os sindicatos e os jornalistas. Contudo, não o faz directamente, chamando nomes, não. Prefere indirectas. Eu também posso, se o desejar, dar todos os dias uma conferência de imprensa inflamada e incitar as pessoas contra o mal que representa o PM na Guiné-Bissau.

Agora, virou-se contra o desagrado que a alguns políticos causa a presença dos militares angolanos no País. Eu mesmo sou contra e pouco me importa que tenha sido aprovado no parlamento - o parlamento representa-o, sr. primeiro-ministro, não ao António Aly Silva.

Para terminar, relembro-lhe (e espero ser novamente notificado por isto), sr. primeiro-ministro, que o País espera para saber como foram assassinadas catorze pessoas (serão mais?) durante estes seus (quase) dois mandatos. É isso, só isso, que os Guineenses esperam de um seu primeiro-ministro. António Aly Silva