terça-feira, 29 de maio de 2012

Força africana já está instalada na Guiné-Bissau



Uma força de militares e polícias que os países da África Ocidental enviaram para a Guiné-Bissau, na sequência do golpe de Estado de Abril, instalou-se no campo de Cumeré, 35 quilómetros a norte da capital. O desembarque de cerca de 600 elementos, maioritariamente nigerianos e senegaleses, foi concluído no domingo. “Os nossos efectivos estão instalados”, confirmou à AFP um responsável da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

O passo seguinte, que terá começado ainda nesta terça-feira, é a saída do país da Missang, missão militar angolana, que esteve no último ano na Guiné. “Pode demorar quatro a cinco dias”, declarou Ansumane Ceesay, representante da CEDEAO em Bissau. Os militares que afastaram o primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira, justificaram o golpe com um alegado acordo entre o chefe do Governo e Angola para aniquilamento das forças armadas da Guiné. O efectivo angolano, objecto de informações contraditórias, foi quantificado entre duas centenas e as seis centenas de militares.

Após o golpe, por acordo entre a CEDEAO, golpistas e partidos da oposição foram nomeados um Presidente, Serifo Nhamadjo, e um designado Governo de transição. O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), principal força política do país, liderado por Júnior, e a generalidade das organizações internacionais reclamam o regresso do Governo constitucional. Um ex-chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, um ministro e o presidente da comissão eleitoral, que estavam refugiados nas instalações da União Europeia em Bissau e, no fim-de-semana, saíram para a Gâmbia.