quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

INVESTIGAÇÃO DC: Desmantelada rede de traficantes de passaportes diplomáticos da Guiné-Bissau


Um cidadão cabo-verdiano, António C. N., sem profissão certa e um guineense, Fernando A. Ca, estudante universitário, foram detidos em Dakar e estão sob alçada do Ministério Público senegalês por utilização fraudulenta, falsificação de passaportes diplomáticos guineense e infracção à legislação sobre as condições de entrada e estadia no Senegal. Os dois cidadãos lusófonos, apurou o ditadura do consenso, foram detidos pela policia de investigação criminal senegalesa (DIC) há mais de uma mês.

Com a detenção desses dois indivíduos, a secção das operações da DIC pôs fim a um tráfico lucrativo, que poderá ter gerado centenas de milhões de Francos Cfa. Segundo disse ao DC fonte próxima do inquérito, «eles conseguiram introduzir no mercado mais de 300 passaportes diplomáticos guineenses, à razão de 3.000.000 Fcfa cada um». O esquema estava bem montando, o que permitiu a centenas de cidadãos ilegais se introduzirem no espaço Schengen, via Lisboa, desaparecendo depois sem deixar rasto.

«Trata-se de uma vasta rede de tráfico de passaportes diplomáticos guineenses reais, que possui ramificações nos países da sub-região, nomeadamente na Gâmbia e na Guiné-Bissau», confirma a nossa fonte. Com a detenção desses malfeitores, a polícia apreendeu materiais high-tech usados na contrafacção (preenchimento e validação dos passaportes) assim como chips telefônicos, gambianos e da Guiné-Bissau.

Constatou-se através do inquérito que os dois falsários agiam em estreita colaboração com um policia aeroportuário guineense, um certo Quecuto. Este assunto, foi tomado muito a sério pelas autoridades senegalesas, chegando ao ponto do Consulado da Guiné-Bissau ter sido alvo de uma visita dessa secção de investigação, dado que as autoridades querem descobrir a génese e as ramificações dessa rede criminosa, sobre a qual supõem existirem cumplicidades oficiais.

Este é, infelizmente, o retrato que a corrupta e criminosa diplomacia do regime golpista de Bissau vende dos guineenses: falsários, traficantes de drogas, de seres humanos, comerciantes de postos diplomáticos, encobridores de malfeitores com a capa de diplomatas, etc, etc. AAS