quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Golpe de Estado de 2012: Economia da Guiné-Bissau continua afectada


A actividade económica na Guiné-Bissau continua fortemente afectada pelas consequências do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, de acordo com as conclusões da mais recente missão ao país do Fundo Monetário Internacional (FMI). Divulgado ontem em Washington, o comunicado da missão, que esteve na Guiné-Bissau entre 10 e 13 de Fevereiro, indica que após uma contracção de 1,5% em 2012, a economia da Guiné-Bissau ainda não recuperou.

A missão prevê que em 2013 o PIB tenha crescido apenas 0,3%, dado que o aumento da produção de caju foi contrabalançado pela queda dos preços, principalmente junto do produtor, da significativa quebra da receita fiscal e das frequentes interrupções no fornecimento de electricidade e água.

Dadas as perspectivas limitadas das receitas para os próximos meses, principalmente antes do início da campanha de caju, a missão do FMI encorajou o governo a manter o controlo dos gastos e uma gestão prudente de tesouraria, com o objectivo de minimizar uma maior acumulação de atrasados nos pagamentos dos salários aos servidores públicos. “As perspectivas fiscais e de crescimento para 2014 dependerão do êxito da campanha de caju e da ajuda externa”, informou o FMI.

Chefiada por Maurício Villafuerte, a missão do Fundo Monetário Internacional manteve encontros com as autoridades do governo de transição, incluindo Gino Mendes, ministro das Finanças, e Soares Sambu, ministro da Economia, bem como reuniões com João Fadia, director nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e com os parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau.