terça-feira, 16 de novembro de 2004

Vocês sabem do que estou a falar...


Ilustração s/fotografia: AAS

França quer 'matar' o português


Chegou-me esta notícia, preocupante para os mais de 200 milhões de falantes da língua portuguesa: a RFI (Radio France International) quer acabar com as suas emisões em língua portuguesa. Ao que me disseram, agora interessa mais aos franceses a língua chinesa, entre outras. É uma afronta e um atentado a uma das línguas mais faladas do Mundo. Contudo, no seu sítio, ainda consta isto: "RFI en 19 langues - Português para Àfrica - A Rádio França Internacional transmite diariamente duas horas de programas em português. Damos um relevo muito especial às questões africanas, nas suas mais variadas vertentes políticas, económicas, sociais e culturais, sem esquecer o desporto. Na redacção em língua portuguesa da RFI trabalham cerca de quinze pessoas : jornalistas, assistentes de estúdio e pessoal administrativo. Também contamos com a colaboração de uma dezena de correspondentes, particularmente em Africa."
Por causa de toda esta ambiguidade e sendo eu um falante e cidadão de língua portuguesa, a viver em África, denuncio aqui publicamente e digo mais: tenham vergonha e mantenham o português. Desafio ainda os governos da CPLP e dos PALOP, a darem a sua opinião acerca desta notícia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

A carta

Os Toranja escreveram esta carta Façam o favor de ouvir.

38 anos (três de eterna de saudade)


Façam o favor de dar os parabéns ao Aly, que completa hoje trinta e oito primaveras.
Aproveito ainda para render a minha homenagem ao Carlos Teotónio Pereira, que partiu há três anos e nos deixou destroçados. Saudade tenho de ti, amigo.

sábado, 13 de novembro de 2004

Você votaria em quem?


Henrique Pereira Rosa ou Koumba Yalá?

Pérolas

Gaffes em tribunais
Estas são piadas retiradas do livro "Desordem no tribunal". São coisas que as pessoas realmente disseram, e que foram transcritas textualmente. Escusado será dizer que os dactilógrafos tiveram que permanecer calmos enquanto estes diálogos realmente aconteciam à sua frente.
Pergunta: Qual é a data do seu aniversário?
Resposta: 15 de Julho.
P: De que ano?
R: Todo ano.

P: Essa doença, a miastenia gravis, afecta sua memória?
R: Sim.
P: E de que modo ela afecta sua memória?
R: Eu esqueço das coisas.
P: Você esquece... Pode nos dar um exemplo de algo que você tenha esquecido?
P: Que idade tem seu filho?
R: 38 ou 35, não me lembro.
P: Há quanto tempo ele mora com você?
R: Há 45 anos.
P: Seu filho mais novo, o de 20 anos...
R: Sim.
P: Que idade ele tem?
P: Sobre esta foto sua... O senhor estava presente quando ela foi tirada?
P: Então, a data de concepção do seu bebé foi a 8 de Agosto?
R: Sim, foi.
P: E o que você estava fazendo nesse dia?
P: Ela tinha 3 filhos, certos?
R: Certo.
P: Quantos eram meninos?
R: Nenhum
P: E quantas eram meninas?
P: Sr. Marcos, por que acabou seu primeiro casamento?
R: Por morte do cônjuge.
P: E por morte de que cônjuge ele acabou?
P: Poderia descrever o suspeito?
R: Ele tinha estatura mediana e usava barba.
P: E era um homem ou uma mulher?
P: Aqui no tribunal, para cada pergunta que eu lhe fizer, a sua resposta deve ser oral, ok? Que escola você frequenta?
R: Oral.
P: Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em pessoas mortas?
R: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas...
P: Doutor, o senhor se lembra da hora em que começou a examinar o corpo da vítima?
R: Sim, a autópsia começou às 20:30h.
P: E o Sr. Décio já estava morto a essa hora?
R: Não... Ele estava sentado na maca, se perguntando porque eu estava fazendo aquela autópsia nele.
P: Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor verificou o pulso da vítima?
R: Não.
P: O senhor verificou a pressão arterial?
R: Não.
P: O senhor verificou a respiração?
R: Não.P: Então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou?
R: Não.
P: Como o senhor pode ter essa certeza?
R: Porque o cérebro do paciente estava num jarro sobre a mesa.
P: Mas ele poderia estar vivo mesmo assim?
R: Sim, é possível que ele estivesse vivo e cursando Direito em algum lugar!

A resposta



As estradas em Bissau não são famosas. Crateras e buracos só merecem uma resposta: um todo-o-terreno, tal como este Fiat Panda Trekking 4x4, o carro que escolhi para as minhas andanças na Guiné.

Características:

Motor: gasolina, 4 cil. em linha, dianteiro, transversal, injecção. Cilindrada: 1.108 cm3 Potência: 54 hp a 5.250 rpm Torque: 8,7 Kgm 8,7 a 3.250 rpm Transmissão: tração dianteira, tração traseira opcional. Câmbio manual de 5 marchas. Suspensão: dianteira independente, molas helicoidais; traseira eixo rígido, feixe de molas. Travões: dianteira disco, traseira tambor. Pneus: 145 SR 13 winter Carroçaria: autoportante, construção em aço, 2 portas, 5 lugares. Dimensões: (comp X larg X alt): 3.410 X 1.500 X 1470 mm Distância entre eixos: 2.170 mm Peso em ordem de marcha: 800 Kg Vel. máx.: 130 Km/h.

Drama

Libéria

«Os meninos à volta da fogueira vão aprender coisas de sonho e de verdade. Vão aprender como se ganha uma bandeira, vão saber o que custou a liberdade. Assim contentes à voltinha da fogueira, juntam palavras deste tempo sempre novo, porque os meninos inventaram coisas novas e até já dizem que as estrelas são do povo.» (Letra e música Rui Monteiro)

sexta-feira, 12 de novembro de 2004

Sem censura


quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Os cães da guerra


Um obrigado ao Rodrigo Moita de Deus, pela atenção e citação.

Na Europa, é costume ter empresas comerciais a cuidar da segurança das nossas residências, dos supermercados, das agências bancárias, dos transportes de valores e das pessoas sob risco de sequestro para o fim único de extorsão patrimonial. Na altura devida, todos proclamam seguir o modelo militarizado dos “capacetes azuis” da Organização das Nações Unidas (ONU). Essas multinacionais contam nos seus quadros com generais reformados, plenos de experiências adquiridas em diferentes campos de batalha e carregados de medalhas por bravura. Essas sociedades comerciais são chamadas de Private Military Companies (PMC). Não fossem as formalidades e as cláusulas dos contratos sociais de constituição – que as colocam na legalidade como pessoas jurídicas –, poderiam ser confundidas e passarem por associações hierarquizadas de mercenários.
Como regra, as PMC são contratadas para vigiar, proteger e treinar, em países pobres ou em desenvolvimento – marcados por reais ou potenciais conflitos –, os ditadores e os chefes de Estado ou de governo. Protegem, ainda, a vida dos líderes de oposição, ou seja, desde que classificados na categoria daqueles que não podem sofrer atentados, em razão de estarem afinados com interesses de grandes potências ou de antigos colonizadores. As PMC são muito requisitadas por grupos económicos que exploram, pelo Terceiro Mundo, rendosas actividades extractivas. Hoje, por exemplo, encontram-se nessa situação os representantes de cerca de 600 sociedades comerciais que, desde o tempo da colonização francesa, exploram, em enormíssimas fazendas, a cultura do cacau na Costa do Marfim. Pode-se afirmar ainda que as PMC já viraram moda na África e na Ásia. É, pois, fundamental a manutenção de negócios e interesses geopolíticos.Para se ter uma ideia, até o corpo de funcionários e de voluntários da UNICEF, enviados ao Afeganistão e ao Paquistão, foi garantido pelas PMC. A MPRI formou igualmente grupos de combatentes para acções no Kuwait, na Colômbia, na Guiné Equatorial e na Nigéria – mas sóo depois da morte do ditador-general Sani Abacha. Na Costa do Marfim, as contratadas PMC e os seus homens apelidados de war dogs, armados até os dentes, protegem as empresas que exploram as fazendas de cacau (primeira produtora mundial), algodão e café (sexta produtora). Evitam invasões e repelem ataques promovidos pelos grupos étnicos em conflito e por mercenários liberianos, sul-africanos, israelitas, checos, bielorussos, búlgaros e ucranianos. Portanto, mercenários e o grupo étnico dos betés sustentam o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo. No meio de tudo isso, circulam tropas enviadas pelo presidente Jacques Chirac, hoje inimigo de Gbagbo, para proteção de uma comunidade francesa estimada em 17 mil pessoas. Revoltas, atentados, massacres e luta pelo poder caracterizam a Costa do Marfim dos nossos dias e representam um bom nicho comercial para as PMC. Em 1960, recorde-se, este país da África Ocidental livrou-se da colonização francesa tendo Félix Houphouët-Boigny assumido a presidência. No papel de “pai da pátria”, tornou-se num ditador e corrupto e exerceu o poder até à sua morte em 1993.A partir de 1993, o racismo, a xenofobia e os genocídios ganharam espaço na vida da Costa do Marfim, a ponto de Jacques Chirac ameaçar apresentar queixa no Tribunal Penal Internacional. Escusado será dizer que o país transformou-se num território regado a sangue e nele a protecção dada pelos grupos armados consegue preservar as vastas áreas de cultivos de cacau, café, algodão, sisal, óleo de palma, abacaxi, tabaco, etc.

Ideologia barata
O falecido Houphouët-Boigny, aquando da independência da França, abriu as fronteiras da nova República da Costa do Marfim aos povos vizinhos. O objectivo foi atrair mão-de-obra barata, com o aproveitamento da situação de desemprego na Libéria, Gana, Mali e Burkina Fasso. Hoje, o país conta com uma população à beira dos 11 milhões de habitantes, em que mais de 25% são originários de diferentes países africanos. Henry Konan Bédié, da etnia baoulé, sucedeu Houphouët-Boigny, manteve o governo nas mãos do Partido Democratico da Costa do Marfim. À semelhança de Slobodan Milosevic na ex-Jugoslávia, Bédié desfraldou a bandeira da ideologia nacionalista e partiu para a chamada “depuração étnica”. Apenas os nacionais “puros” podem possuir as terras e exercitar o direito de voto.Como cercou-se de corruptos que desviavam recursos internacionais, o governo de Bédié caiu internacionalmente em desgraça. E os grupos estrangeiros ligados à exploração do cacau apoiaram financeiramente os rebeldes do Movimento Patrótico da Costa do Marfim (MPCI), chefiados pelo general Robert Guei, que tomou o poder na noite de Natal do ano de 1999.O golpe militar durou pouco e, à força, em Outubro de 2002, o actual presidente Laurent Gbagbo, retomou o poder. No ano passado, o general Guei foi assassinado e suspeita-se que a guarda particular de Gbagbo, treinada por uma das PMC espalhadas pelo planeta, tenha sido a responsável pelo crime.Um dos líderes da resistência na Costa do Marfim é Alessane Dramane Ouattara, que chegou ao cargo de diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Antes disso, ocupou as funções de primeiro-ministro no governo de Houphouët-Boigny. Como os pais de Ouattara nasceram no Burkina Fasso, as leis discriminativas – fundadas na tal “pureza étnica” imposta por Bédié – com chancela Gbagbo, impedem que ele concorra à Presidência. Ouattara é da etnia dioula e muçulmano. O presidente Gbagbo, que esteve preso quando Ouattara era primeiro-ministro e teve de se exilar em Paris entre 1982 a 1988, é da etnia beté. É ligado aos evangélicos e aos Pentecostes.

O neo-colonialismo fica-vos tão mal
Os soldados franceses enviados por Chirac permanecem na Costa do Marfim. Sofrem frequentes ataques, pois o presidente Gbagbo nutre ódio pelos antigos colonizadores e deseja expulsar as empresas e os residentes franceses. Depois de o presidente Chirac ter ameaçado representar contra Gbagbo no TPI por genocídios, crimes contra a humanidade e manutenção de esquadrões da morte dirigidos por mercenários, veio o troco. Gbagbo propôs aliança aos norte-americanos.Como facilmente se percebe, este cenário é o ideal para as PMC, pois há conflitos, escaramuças, paramilitares, esquadrões da morte, mercenários, grupos étnicos e bandos armados em profusão.Nesse ambiente, não faltam armas leves e pesadas, combustíveis, telefones celular GSM e satélites do tipo Thuraya. Tudo proveniente de Burkina Fasso e, segundo fontes de inteligência, do Egipto e, surpreendentemente, da Líbia, sob embargo de compra de armas imposto pela ONU. As drogas são empregadas como moeda para a troca e a compra. Uma parte da droga fica na Costa do Marfim para cobrir as despesas de transporte, pois essas provêm de narco-estados fronteiriços, como Guiné Equatorial e Libéria. Em resumo, um grande caos no qual não falta a moda das Private Military Companies e uma pergunta: E agora, Chirac? - António Aly Silva

Yasser Arafat


Sem comentários.

sábado, 6 de novembro de 2004

A conta dos duros


A Costa do Marfim (Laurent Gbagbo) e o Senegal são os únicos países africanos, talvez do mundo, geridos do exterior. O 'gestor' é a França (Jacques Chirac), que, numa espécie de neocolonialismo camuflado põe e dispõe. Agora, são os próprios marfinenses que reclamam a sua identidade e pedem contas ao gigante europeu. Para já, fica a triste estatística, a preto e branco: dezenas de mortos jazem nas ruas de Abidjan. E ainda agora a coisa começou.

Absolutamente


quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Ajude, vai ver que não dói nada...


Why Not?