segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Tensão em Bissau


A cidade de Bissau voltou a agitar-se com o sucedido ontem com o alferes Júlio. Há tensão no ar, portanto. JÚLIO MAMBALI, o alferes que ontem foi espancado e levado por militares a mando do general António Indjai, é um dos quatro militares que, em finais de 2008, foram para o Brasil para frequentar o curso de sargentos. Regressaram a Bissau em 2009 e foram todos promovidos a alferes. Ou outros três são Robna (colocado em Mansoa nas informações), Agostinho Sambé e Agostinho Nback. Na altura, o CEMGFA Zamora Induta ficou com os dois Agostinhos, mas o Júlio e o Robna ficaram com o vice-CEMGFA António Indjai.

Ditadura do Consenso apurou que problemas com a sobrefacturação de fardamento estiveram na origem do desentendimento entre os dois. Este é um assunto a ser desenvolvido amanhã, em exclusivo, no Ditadura do Consenso. Uma coisa é certa: parece haver muito nervosismo e tensão nas forças armadas da Guiné-Bissau. Durante o fim-de-semana, houve uma reunião entre António Indjai, Serifo Nhamadjo e o Governo. Referida como bastante azeda, Antonio Indjai foi aos arames, chegando mesmo aos insultos. "Pediram-me que corresse com o governo, mas vocês não valem nada. Não conseguem furar o cerco da comunidade internacional" - disparou o general que manda na Guiné-Bissau. A reunião foi retomada no domingo, mas terminou abruptamente, sem glória. AAS

EXCLUSIVO: Militar espancado por militares


Um alferes afecto ao EMGFA de nome Júlio, (era braço direito do general Antonio Indjai) que dirigiu a operação na casa de Carlos Gomes Jr no golpe de Estado de 12 de abril, terá sido ontem brutalmente espancado e preso, por militares, na zona que dá acesso ao bairro militar. Depois, foi levado numa carrinha dupla-cabine cheia de militares, a alta velocidade. Ditadura do Consenso apurou ainda que o infortunado Júlio foi depois levado para as instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas, na fortaleza D'Amura, no centro da cidade de Bissau.

Segundo informações que circulam em Bissau, Júlio terá tido problemas com o general, a quem jurou de morte, tendo ainda ameaçado revelar muitas informações, incluindo sobre o caso do desaparecido deputado Roberto Ferreira Cacheu. Recorde-se que o tal Júlio era um dos executantes, uma espécie de Pansau Intchama. Ditadura do Consenso não conseguiu, até esta altura, saber do paradeiro do alferes Júlio. AAS

Cultura


Affiche mail 130204

Mais uma mentira


Mais uma vez assistimos um dos episódios do Fantoche Ministro golpista Fernando Vaz, que numa entrevista concedida aqui em Portugal, o porta-disparate do governo de transição, disse, para justificar o golpe de 12 de Abril, que um general ganha cento e poucos euros. Que tamanha mentira? Não é que o porta-dispate não sabe o salário real das forças armadas. O certo é que esta é mais uma das camuflagens para justificar o golpe.

Se um simples capitão ganha mais ou menos quatrocentos (400)euros, quanto ganha um general? Chega de mentiras senhor porta-disparates. Como o Senhor porta-disparate justifica o facto de ter guardado cerca de 43 milhões de FCFA na sua casa em tão pouco espaço de tempo no governo? O que é que este governo está a fazer para os antigos combatentes que eles mesmo disseram que não tinham apoio do governo cessante?

É bom saberem que os antigos combatentes não são burros. Não lutaram para que o Sr. Nando Vaz esteja hoje a roubar aquilo que é do povo, enquanto eles e seus familiares continuam a viver na miséria.
 
Bolingo Cá

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sobre o texto Mitos e Ilusões


Caro Aly

Gostaria antes de mais dar-lhe os meus parabens pelo reconhecimento do seu nosso blog além fronteira. Este feito ao meu ver apenas surpreende os menos cautos neste que é a sua abnegável entrega para que todos os guineenses possam ter o dierito de se expressar livremente no nosso país.

Posto isso, gostaria de falar sobre uma matéria relacionado com a publicaçao do Sr Izequiel Pedro Fernandes entitulado "MITOS E ILUSOES". Tal como nao podia ficar idiferente a tentativa de promoçao por parte do Sr Paulo Gomes a quem o Sr Izequiel apelidou de "economista internacional" também julgo nao puder ficar indiferente a determinados ataques inqualificáveis que um guineense possa desferir a um outro guineenses aparentemente sem motivos para tal. Confesso que li e re-li os comentários do Sr Izequiel Pedro Fernandes sem conseguir sequer ter uma ponta por onde se pode pegar para justificar tamanhos ataques em relaçao ao Dr Paulo Gomes. Muitas das vezes ele próprio entra em contadiçoes dando a entender que o Dr Paulo Gomes chegou onde chegou por suposto lobbys e ao mesmo tempo que lhe reconhece capacidades intelectuais. Aí, fico realmente sem saber o que este Sr Dr Izequiel realmente quer. Será isso inveja? Pois que eu saiba se o Dr Paulo Gomes nao tivesse competência reconhecida nao haveria lobbys que o consegueria manter nesse cargo de Administrador junto do BM.

O Sr Dr Izequiel foi mais longe ao questionar o que o Dr Paulo Gomes fez para a Guiné-Bissau nos momentos de instabilidades. Pergunto ao Sr Dr Izequiel se por acaso nao sabe os nomes das pessoas que constantemente contribuiram para as cíclicas instabilidades na Guiné? E já agora, o que o Sr teria feito ou fez se estivesse no lugar do Sr Paulo Gomes? Como economista que é, sabe-o tao bem que o dinheiro e as guerras constantes nunca andaram de maos dadas. Qualquer apoios que chegasse a guiné seja elas de carris finaceiras ou de outro indole seria como se fosse deitado ao lixo. Pois sabe que nunca chegaria aos mais necessitado ( o plebe sofridor guineense).

Que economista conseguiria implementar as suas ideias nesta que é o baile sem fim de golpes?

É inaceitável que se fale de forma leviana como se falou do Dr Paulo Gomes pois só pode ser na Guiné. Este Sr de que se refere merece respeito ao querer incinuar que chegou onde se chegou por lobbys isso demostra uma furia de inveja da sua parte pois nenhum lobby consegueria suster qualquer pessoa num cargo por tanto tempo sem que essa pessoa tenha demostrado aptência, Competência e reconhecimento de qualidade num cargo tao importante como de Administrador do BM e também como alto quadro do Ministério da Finanças da Guiné-Bissau funçoes interrompidas com sub-levaçoes militares de 1988.

Sim, e com legitimo direito e dever que uma pessoa com capoacidade e competência nacional e internacionalmente reconhecida como a do Dr Paulo Gomes possa aspirar a um cargo como a do Primeiro Ministro da Guné-Bissau. E porque nao? Será que o Dr Paulo Gomes nao faria tao bem quanto os que lá passaram?

Na verdade parece que andamos de mal a pior até na nossa maneira de pensar. Ao envez de andarmos a promover o que de melhor nos resta ( alguns dos nossos brilhantes quadros com créditos reconhecidos além fronteiras) eis que alguns sem imaginaçoes se dá por perdido tempo em ataques gratuitas e de baixo nível.

Sr Dr Izequiel, espero como disse se dê mao a palmada e que doravante se preocupe mais sobre o que tem feito para a Guiné e nao o que os outros tem ou deveriam ter feito pois o somatório das acçoes colectivas valem mais do que feitos individuais.

Para terminar gostaria de lhe chamar a razao senhor Izequiel que também é um quadro de que a Guiné bem precisa a se acautelar nao só em relaçao ao Dr paulo Gomes como também a qualquer outra pessoa e muito menos a qualquer renomado quadro sobretudo quando os motivos que justificou sao pouco convincentes.

Apesar de tudo estamos condenados a conviver juntos naquele pedaço de terra de todos nós chamamos Guiné. Espero que nao leve a mal pois as críticas e defesa fazem parte dos valores democrático. Da mesma maneira que lhe assiste o direito de criticar também o outro lhe assiste o mesmo direito de se defender ou de ser defendido por outros.

M Lopes Cassinifan

Gestao de Empresas, Portugal

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Acabou


Terminou no passado dia 1, o mandato de Joseph Mutaboba enquanto Representante Especial do Secretário-Geral da ONU e Chefe do Gabinete integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), informa a RFI. O diplomata rwandês que representou a ONU em Bissau desde 2009, completou quatro anos de missão em condições por vezes instáveis num país onde ainda no ano passado, a 12 de Abril, se viveu um golpe de Estado militar.

O diplomata rwandês que representou a ONU em Bissau desde 2009, completou quatro anos de missão em condições por vezes instáveis num país onde ainda no ano passado, a 12 de Abril, se viveu um golpe de Estado militar. Nos próximos dias, Joseph Mutaboba deve ser substituído no cargo pelo seu sucessor José Ramos-Horta, antigo presidente de Timor-Leste. Prémio Nobel da Paz em 1996 juntamente com o Bispo de Díli, José Ramos-Horta foi Presidente do seu país entre 2007 e 2012, depois de ter exercido cargos ministeriais durante a década de 2000 e ter sido um dos representantes da resistência Timorense antes de Timor-Leste alcançar a independência em 2002. África 21

Sem surpresas


O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau recebeu "sem surpresa" a notícia da regressão do país em termos de liberdade de imprensa e diz que houve vários casos que levaram a essa queda. De acordo com o relatório anual da organização Repórteres sem Fronteiras, a liberdade de imprensa na Guiné-Bissau regrediu 17 lugares, estando agora o país em 92.º lugar. O relatório diz que existe um clima de censura na Guiné-Bissau, reforçada pelo golpe de Estado militar de 12 de abril passado o que, realça o documento, tem dificultado o trabalho dos profissionais de comunicação social. LUSA

Reunião de candongueiros


O Governo de Transição da Guiné-Bissau consegue tirar todo o mundo do sério. Na falta de visibilidade e de resultados de governação, lança à mão a tudo o que mexe para dar nas vistas. Assim, para se mostrar, vai inventando eventos patéticos e sem nexo. Desta vez, acharam por bem inventar uma «Conferência de Cônsules» da Guiné-Bissau que deve ter-se realizado na cidade de Buba, entre os dias 20 e 30 de janeiro. A partida o que pareceria, uma medida de pilotagem governativa, não passa infelizmente, na verdade, de um acerto de contas de um circulo de negocios muito frutuoso e muito cobiçado pelos governantes guineenses devido aos dividendos que dai se consegue.

Como se sabe, a Ditadura do Consenso ja tinha divulgado recentemente, dados importantes que demostram de forma clara e irrefutavel toda a escandaleira e roubalheira mafiosa que constituem as redes mafiosas dos Consulados da Guiné-Bissau pelo mundo fora. Essa rede movimenta centenas de milhões de dolares em dinheiro cash, além de prendas majestosas que, vão desde carros de luxos, imoveis, hitec de ultimo grito e, até barcos de recreio de alto standart. Por tras desse negocio de milhões estão o Ministro dos Negocios Estrangeiros (MNE), Faustino Fudut Imbali, o seu Secretario de Estado, a Presidência da Republica e uma rede de intermediarios abalizados em agariar consules honorarios para a Guiné-Bissau de cujos postos retiram ganhos incalculaveis.

Assim, como tem sido com os governos emergentes de situações de ruptura constitucional, cada um aproveita como pode, dai convocar os cônsules para lhes dizer, que caso queiram manter o posto, têm que lhes pagar algo mais, ou perdem os postos em detrimento de outros interessados. Ao que se sabe, interessados a satisfazer as necessidades financeiras do novo regime (particularmente ligados a negocios mafiosos), é o que não falta pois os postos em questão, para além do estatuto encobre ganhos financeiros incalculaveis. O MNE, Faustino Fudut Imbali em coordenação estreita com a Presidência da Republica de Transição, cientes desse mana financeiro e avidos de recursos, tocam a chamar a tropa à formatura para pôr a ordem e mostrar-lhes quem é o novo detentor do «guichet» de pagamento dos respectivos titulos honorarios. A fantochada da conferência de Buba, não passa de um acerto de contas, para dizer aos «Cônsules» a quem devem pagar e, quanto deverão pagar para manterem os respectivos titulos e postos honorificos.

Em tudo isso, o que é mais triste, é que a maior parte desses ditos Cônsules que infelizmente «representam» a Guiné-Bissau por «n» cantos do mundo, são pessoas de duvidosa idoneidade, maioritariamente ligados a negocios e passado obscuros que, sob a bandeira do nosso pais, se dedicam a coberto da imunidade diplomatica das nossas representações diplomaticas aos mais nebulosos e inimaginaveis crimes de colarinho branco e lavagem de capitais. Pior ainda, entre esses ilustrissimos Cônsules credenciados pelo novo regime de Bissau e, que recorrentemente, são recebidos nos gabinetes da presidência de transição e do Ministro dos Negocios Estrangeiros do governo de transição, estão pessoas com ficha criminal de justiça e até cadastrados por questões ligadas à alta criminalidade.

Nada é de estranhar com esta desgraça de governantes que tomou de assalto a Guiné-Bissau, pois tudo e do pior pode esperar acontecer na Guiné-Bissau... até sermos representados pelo mundo fora por uma horda de cadastrados.

Aurélio Pinto Silva

Falem-me de paz e união


FALEM-ME DE PAZ E UNIÃO…

Falem-me de paz, sem antes fazerem guerra.

Falem-me de união, sem antes desunirem.

Falem-me de concórdia, sem antes provocarem a discórdia.

Falem-me de irmandade, sem antes provocarem o desentendimento.

Um homem de paz, união, concórdia e irmandade, defende esses valores, independentemente da posição, cargo ou estatuto que tiver.

Serifo Nhamadjo só depois de conquistar o poder é que se lembrou de apelar a valores e princípios morais que sempre violou! Agora quer unir os guineenses com discursos de engodo, esquecendo-se que foi um incendiário dentro do próprio PAIGC! Desrespeitou a disciplina partidária ao recusar o candidato escolhido pelo partido, apresentando-se de seguida como candidato independente! Contestou os resultados de uma votação por ter sido efectuado com as mãos no ar, mas não se hesitou em aceitar o cargo a que sempre aspirou, mesmo contra a clara vontade popular manifestada nas urnas, não se coibindo de pactuar com a opressão do próprio povo para a conquista e manutenção do seu “lugarzinho ao sol”!

Serifo Nhamadjo que hoje anda a fazer uma campanha de auto-promoção pelo país e com enviados para dialogar com a diáspora, foi o mesmo que esteve com Kumba Yalá no prenúncio do último golpe de estado! Também foi o mesmo que, já com o golpe consumado, tentou antes a manobra de assumir o comando do país, via presidência da Assembleia Nacional Popular…

Foi o mesmo Serifo Nhamadjo, na qualidade de Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau que se tem mantido num silêncio “ensurdecedor”, em relação as várias e flagrantes violações dos direitos humanos ocorridos no país, após o golpe de estado, que não vale a pena aqui elencar!

É o próprio Serifo Nhamadjo que quer unir o país, excluindo alguns guineenses incómodos à sua ambição desmedida… Convém recordarmos que foi dessa forma que se iniciou o percurso dos mais ferozes ditadores que o mundo conheceu…

Portanto, vamos chamar as coisas pelo seu nome, com toda a responsabilidade legal inerente, Serifo Nhamadjo é tão golpista quanto António Indjai, Kumba Ialá e outros três candidatos a Presidência da República, contestatários dos resultados eleitorais.

Como um golpista identificado, Serifo Nhamadjo não tem moral para vir falar ao povo guineense (a quem ele traiu em troca de um lugar no poleiro) de valores que ele antes fez questão de violar e espezinhar, apenas com a desmedida ambição de chegar ao poder.

Serifo Nhamadjo é um dos principais responsáveis pela actual situação económica, social e política da Guiné-Bissau. É dessa forma que a história da Guiné-Bissau deve ser escrita e é dessa forma que o nome de Serifo Nhamadjo, António Indjai, Kumba Ialá, outros candidatos à Presidência da república e o actual Governo dito de transição, devem constar da história do nosso país. Não adianta andarem a criar “bodes expiatórios” e “bichos-papão” como Governo Português, CPLP, Paulo-Portas, etc. Cada um que assuma as devidas responsabilidades dos seus actos…   

A propósito da sua campanha de auto-promoção, no dia 27/1/2013 realizou-se na cidade do Porto uma reunião/encontro dos mandatados do Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau com parte da comunidade residente no Porto. Não me foi possível participar nesse encontro, como muitos guineenses, devida a senda da incompetência que tem caracterizado os golpistas. Os denominados conselheiros do Presidente ilegítimo terão comunicado ao Cônsul honorário da Guiné-Bissau nesta cidade a vontade de reunir com a comunidade e a necessidade de um espaço para tal encontro, cerca de 24 horas antes. A comunidade guineense no Porto terá sido convocado com 12 horas de antecedência, chegando a haver duas convocatórias, uma para as 9h30min e outra para as 14h30min! Pessoalmente, tive conhecimento do dito encontro cerca de 90 minutos do seu início… É com essa desorganização e incompetência que querem ouvir e unir a diáspora!? Tive pena não ter estado presente nesse encontro, para lhes dizer tudo aquilo que agora escrevi.

Independentemente dos que vão juntando aos pouco aos golpistas, o povo guineense deve continuar a rejeitar e não pactuar com todos aqueles que chegam ou acham que conseguem chegar ao poder, pela via das armas, da opressão e da intimidação do povo e dos adversários políticos.

Jorge Herbert

As mentiras do porta-disparates


Fonte: AQUI

O Diário de Notícias publica hoje uma entrevista ao ministro da Presidência, dos Assuntos Parlamentares e da Comunicação Social do Governo de Transição da Guiné Bissau. Fernando Vaz estará em Portugal para tentar “romper o cerco diplomático e reatar laços países inflexíveis com o golpe de Abril de 2012”. É o mesmo homem que, em Outubro de 2010, acusou o governo de Passos Coelho de estar por detrás de uma suposta tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau. Do mesmo governo que impediu a rotação dos elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP que fazem a segurança à embaixada de Portugal em Bissau. O mesmo que mantém autorização de residência em Portugal até 2018, onde tem a família a viver. Nesta entrevista diz coisas como:

Angola saiu da Guiné humilhada, com a expulsão das suas forças militares. Portugal preferiu essa posição, ao ponto de demonstrar um certo belicismo, com o envio de fragatas militares a Cabo Verde, mais aviões de guerra e helicópteros, gastando 5,5 milhões de euros num período em tempo de crise."

"Todos nós condenamos o golpe. A alternância democrática faz-se com eleições, não com golpes de Estado. Mas o caso da Guiné é diferente e Portugal tem obrigação de conhecê-lo."

"Um general na Guiné ganha centos e poucos euros, não tem para comer nem para educar os filhos."

"Isso [narcotráfico] é uma questão de moda. A Guiné Bissau sempre esteve aberta a que os Estados que se opõem ao narcotráfico fiscalizem e ajudem a combatê-lo. (..) Na Guiné, por causa da situação de desprezo a que foram votadas as forças armadas, a certa altura alguns dos seus elementos foram implicados no processo da droga. Pegou-se nisso para se falar em Estado de narcotráfico. Não tem nada a ver com a realidade.” Ai não?

José Maria Neves: "Evolução positiva" na Guiné-Bissau permite negociações


O primeiro-ministro de Cabo Verde considera que se verifica uma "evolução positiva" da situação da Guiné-Bissau e que já há condições para negociações apesar da complexidade da situação política no país. "Há uma evolução positiva da situação na Guiné-Bissau. O PAIGC já se reintegrou no pacto de transição e já há condições para negociações entre as diferentes partes. A nomeação do representante das Nações Unidas, o presidente Ramos Horta, também foi muito bem acolhida pelas partes", disse hoje aos jornalistas o primeiro-ministro de Cabo Verde durante uma visita ao conselho da Amadora. "Há sinais positivos, a situação é muito complexa mas estamos a contar com uma evolução positiva da situação na Guiné-Bissau nos próximos tempos", acrescentou José Maria Neves. LUSA

Fernando Vaz: a maior banhada de sempre


O 'ministro e porta-disparate' do 'governo' golpista de Bissau está em Lisboa. Até aqui, tudo bem. Ou seja, ainda que Portugal e 90 por cento da comunidade internacional não reconheça os golpistas, só os militares tiveram direito a sanções, e como nhu 'Nando' Vaz tem autorização de residência em Portugal até 2018 vai daí o entra e sai, umas vezes no mais completo anonimato, viajando até Madrid e entrando depois por terra em Portugal. Desta vez, a forma encontrada foi a mais descarada, como vai ler a seguir.

Atravês de um jornalista português, um tal de Jorge Peixoto, Fernando Vaz tentou cravar uma entrevista à televisão estatal RTP. Resultado? SOPA! Depois, veio o disparate maior: 'Nando' Vaz telefona à LUSA dizendo (ou melhor, mentindo) que a RTP o sondou para 'uma entrevista'. Desconfiado, alguém da agência de notícias vai a correr e contacta a RTP, falando directamente com o Luis Peixoto, que é o coordenador África da estação pública. Este desmentiu tudo e contou a versão que você, caro leitor, começou por ler neste texto. Disparates? Mentiras? O melhor é deixar tudo em Bissau - ao embarcar no avião! AAS

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ÚLTIMA HORA: Melhores estimativas para as eleições na Guiné-Bissau...no último trimestre de 2014. Embrulhem! AAS


... Mas só se o branco der dinheiro...

O continente esquecido volta a despertar os olhos dos grandes!


Nos anos que se seguiram à queda do Muro de Berlim e ao “Fim da História”, nos dizeres do ideólogo neoliberal Francis Fukuyama, o continente africano foi abandonado à sua própria sorte. Regimes como o apartheid sul-africano, retoricamente criticado, mas na prática tolerado pelas potências ocidentais e encarado como um mal necessário frente à ameaça comunista, caíram por falta do discreto apoio antes recebido. Países como Angola, Moçambique, Zimbábue e Ruanda – de triste memória, foram esquecidos. Somente a Nigéria, por suas significativas reservas de petróleo, mereceu alguma atenção naquele período.

Quando a máquina de guerra francesa desembarcou no Mali, no início de 2013, com o surrado discurso de defesa do Ocidente contra os terroristas da Al-Qaeda, muita gente se perguntou: o que realmente os franceses desejam em um país com um dos menores IDHs do mundo? É preciso observar o que ocorreu no continente africano durante o vácuo que se seguiu ao fim da Guerra Fria para iluminar alguns elementos que levem a possíveis respostas para esta pergunta.
Este espaço pós-Guerra Fria foi ocupado por Muammar Kaddafi e seu projeto de pan-africanismo e, principalmente, pelos investimentos chineses no continente, que saltaram de 10 bilhões de dólares em 2000 para 107 bilhões de dólares a partir de 2008. Em comum, os dois novos atores jamais desenvolveram a prática de perguntar a seus parceiros comerciais como eles conduziam suas políticas internas, limitando-se, principalmente no caso chinês, a trocar investimentos em agricultura e infraestrutura por recursos naturais, como petróleo, zinco, ouro, diamante e cobre. O melhor exemplo desse movimento é Angola. Com a parceria dos chineses, o país, com o fim da guerra civil que lhe rasgou ao meio ao longo de três décadas, tornou-se progressivamente, a partir de 2002, uma das economias com crescimento mais vertiginoso no mundo, atingindo nos últimos cinco anos uma média de expansão de seu Produto Interno Bruto da ordem de 9% ao ano.

Atentos a este movimento de expansão chinesa no “continente esquecido”, os EUA e seus aliados adotaram algumas medidas para recuperar o terreno perdido. Em 2007, além das costumeiras ações de caridade empreendidas por ONGs dos mais diversos matizes ou das tradicionais promessas de financiamentos em troca de compromissos com os valores da democracia de mercado, surgiria o Africom, o Comando Militar da África, como fruto de uma proposta de ação mais incisiva na região. Seus idealizadores não contavam, contudo, que os países do continente, liderados por Kaddafi, se recusassem a fornecer uma sede para o órgão diretamente ligado ao Pentágono. Em meados de 2009, a então secretária de Estado, Hillary Clinton, visitou sete países (Quênia, África do Sul, Angola, Congo, Nigéria, Libéria e Cabo Verde), pleiteando um local para a instalação do quartel general do novo Comando. De todos os interlocutores, entre sorrisos diplomáticos e tilintar de copos, ouviu a mesma resposta: não.

Como agora se sabe, os dias de Kaddafi estavam contados e, coincidência ou não, a morte do ditador sepultou o discurso pan-africano e os investimentos líbios, como a aquisição em julho de 2010 de um satélite de comunicações pela União Africana, financiado em grande parte pelo Fundo Soberano da Líbia. Rapidamente após a morte do ditador as consultorias militares, treinamentos e ações humanitárias prestadas por homens uniformizados se espalharam por países como Djibuti, Uganda, Somália, Sudão do Sul, Argélia, Quênia, Etiópia e Congo. O Africom, que se movia com dificuldade no continente, tem agora atuação destacada no combate ao terrorismo, às calamidades humanitárias, etc., etc.
Nesta queda de braço em nome da democracia e da liberdade, 30 mil chineses fugiram às pressas da Líbia em 2011, e a China, além de perder seus investimentos, deixou de ter acesso à maior reserva de petróleo do continente, precisará recomeçar do zero, observando de longe o progresso das empresas dos países que apoiaram a queda do antigo ditador. Assim como outros emergentes, registre-se.

A última volta do parafuso também envolve as operações na região do Saara, onde a França do socialista François Hollande revive suas experiências coloniais em nome da defesa da civilização ocidental. O governo norte-americano mantém conversas bem adiantadas com o governo do Níger, rico em urânio, para a instalação de uma base de drones (aviões não-tripulados) no país vizinho ao Mali, com o alegado objetivo de monitorar possíveis ações terroristas.
Vale a pena destacar que toda aquela região do Saara vem se revelando rica, não só em urânio, mas também em petróleo, maganês, bauxita e o nada desprezível diamante. O “continente esquecido” como um todo produz hoje mais de 8 milhões de barris de petróleo por dia. Uma produção equiparável à Arábia Saudita. O Congo sozinho possui 80% das reservas mundiais de cobalto, fundamental para a indústria eletrônica. As reservas de gás natural na região do chifre africano se revelam a cada dia mais promissoras e os chamados metais raros, fundamentais para a indústria de ponta, também apresentam reservas nada desprezíveis na região subsaariana.

Com pouco mais de cem anos de diferença, a África revive hoje a corrida das potências coloniais do final do século XIX. À época, dizia-se que o fardo do homem branco era levar a civilização aos “povos atrasados”; em troca, explorava-se aquilo que a economia do período demandava. Atualmente, a guerra ao terror e os enxovalhados valores humanitários disfarçam muito mal aquilo que os números escancaram à luz do dia.

Autor: Márcio Sampaio de Castro